Projetos socioeducativos abrem as portas do tribunal para o cidadão
12/01/2019 06:55
 
 
12/04/2019 07:08

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Universitários, adolescentes, crianças e idosos visitam o Superior Tribunal de Justiça (STJ) por meio de seus projetos socioeducativos. Uma dessas visitantes fixou raízes no tribunal: Liara Thomasi de Almeida, atualmente servidora do gabinete da ministra Laurita Vaz.


Liara Thomasi de Almeida: “Depois de duas visitas, comecei a pensar em trabalhar aqui”.
Nascida no Rio Grande do Sul, Liara conheceu o tribunal em setembro de 2015, quando era aluna do último semestre de direito da Universidade Federal de Santa Maria. A visita a Brasília foi organizada pelo programa Saber Universitário da Justiça. “Na época, eu participava de um grupo de pesquisas em políticas públicas e direitos especiais, como os dos idosos, menores e deficientes”, lembra.

Segundo a servidora, desde pequena queria seguir a carreira jurídica, e visitar o Tribunal da Cidadania foi uma experiência reveladora. “Eu fiquei impressionada com o funcionamento e a organização administrativa do tribunal. Uma coisa é ler sobre uma instituição do porte do STJ, outra bem diferente é ver como realmente funciona.”

Colhendo os frutos

Ela teve uma segunda oportunidade em fevereiro de 2016, na 12ª edição do Programa de Visitação Técnica Conhecendo o STJ. “Depois dessas duas visitas eu comecei a pensar em trabalhar aqui. Vi a estrutura disponibilizada para os membros e servidores, e também as políticas de capacitação e valorização do pessoal, e comecei a estudar duro”, afirma.

Em agosto de 2018, o esforço deu frutos, e Liara, aprovada em concurso, passou a integrar o quadro de servidores do STJ, no gabinete da ministra Laurita Vaz. “Trabalhar em gabinete é um grande aprendizado na análise dos processos e no auxílio da elaboração de votos. A receptividade dos colegas me ajudou muito.” Ela também destaca como pontos positivos do ambiente de trabalho a preocupação com a sustentabilidade e a eficiência.

“Considero os programas socioeducativos um dos diferenciais do STJ. Graças a eles, hoje eu me sinto realizada trabalhando nesta casa. É gratificante aplicar meus conhecimentos e trabalhar com um dos ramos do direito de que mais gosto.”

Parceria antiga


Maria de Lourdes, da Associação dos Idosos de Taguatinga: “Tratamento nota 10”.
Outra vertente dos projetos é voltada para os idosos. Uma das representantes desse público é Maria de Lourdes da Silva, 78 anos, presidente da Associação dos Idosos de Taguatinga. Natural de João Pessoa, ela é aposentada do Incra e mora em Taguatinga, no Distrito Federal, há 40 anos.

Maria de Lourdes recorda que tudo começou com um contato feito pela equipe da Coordenadoria de Memória e Cultura da Secretaria de Documentação do STJ. “Achei o tratamento nota 10, desde o motorista do ônibus até as palestrantes. A associação foi um dos primeiros grupos de idosos a visitar o STJ”, conta.

Para a presidente da associação, as palestras proferidas oferecem conhecimentos enriquecedores. “Muitas pessoas não têm consciência de seus direitos, e as palestras trazem mais segurança. É comum os idosos serem abandonados pela família, e eles precisam de algum apoio na área jurídica. Ter noções dos próprios direitos é um bom começo.”

Na opinião de Maria de Lourdes, ainda hoje os idosos têm dificuldade de acesso à Justiça. “Saber que há lugares como o STJ, que nós não estamos sozinhos e que temos direitos nos dá a sensação de sermos mais gente”, assevera. Ela declara o quanto as visitas impactaram sua vida. “Eu comecei a estudar na UniSer, a universidade do idoso da UnB. Conhecer o tribunal me mostrou o quanto ainda posso aprender.”

Os projetos

Os projetos socioeducativos são uma marca do Tribunal da Cidadania em seus 30 anos de serviços prestados à sociedade.

Atualmente, a Coordenadoria de Memória e Cultura promove quatro projetos: Museu-Escola, que recebe uma média de 5.500 visitantes por ano e é voltado para alunos do ensino fundamental; Despertar Vocacional Jurídico, com 2.300 visitas por ano, dedicado a estudantes do terceiro ano do ensino médio; Saber Universitário da Justiça, com 3.100 visitas anuais, que oferece aos estudantes de direito uma visão da estrutura e da organização do STJ, e Sociedade para Todas as Idades, dirigido ao público idoso, que traz uma média de mil visitantes ao tribunal.

Além disso, a Escola Corporativa do tribunal oferece a estudantes de direito de todo o Brasil uma oportunidade de complementação de ensino e de aperfeiçoamento profissional por meio do Programa de Visitação Técnica, que acontece uma vez por ano.

Todas essas iniciativas têm suas metas definidas no planejamento estratégico do tribunal, o Plano STJ 2020.

A série 30 anos, 30 histórias apresenta reportagens especiais sobre pessoas que, por diferentes razões, têm suas vidas entrelaçadas com a história de três décadas do Superior Tribunal de Justiça. Os textos são publicados nos fins de semana.