Nesta terça-feira (9), o ministro Nefi Cordeiro participou de seu último julgamento na Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O magistrado se aposenta nesta semana, após quase sete anos de atuação na corte. Ao se despedir dos colegas de turma, ele ressaltou a preocupação dos juízes brasileiros em dar a decisão mais justa para cada caso analisado.
"Eu saio triste, porque amo ser juiz, mas saio feliz pela fé que mantenho em Vossas Excelências, que são exemplos de juízes. Aprendi com todos, admiro todos", declarou.
Nefi Cordeiro recebeu homenagem dos companheiros de turma, representados pelo presidente do colegiado, Antonio Saldanha Palheiro, e também do Ministério Público da União e das Defensorias Públicas estaduais.
O presidente da Sexta Turma, que disse ter ficado surpreso com o pedido de aposentadoria do companheiro de colegiado, desejou-lhe felicidades.
"Nefi é um magistrado que efetivamente faz a diferença na Sexta Turma. É um homem sereno, leve, agradável no trato. É um homem de competência técnico-profissional destacada, profundidade na análise, muita firmeza e lastro nas convicções. Ele é uma referência nacional como julgador", afirmou Saldanha Palheiro.
A subprocuradora-geral da República Raquel Dodge destacou que os juízes precisam ter habilidades e qualidades, e que o ministro Nefi Cordeiro provou, ao longo dos seus anos de magistratura, ter as características que fazem um bom juiz.
"As habilidades, todos conhecemos: sua argumentação jurídica é clara, seu conhecimento da lei é profundo, o acervo de seus conhecimentos é vasto. Mas ele também tem as qualidades do bom juiz: sabe ouvir, não antecipa posições, ouve os dois lados, preocupa-se com o impacto de suas decisões no caso concreto, mas, sobretudo, na comunidade", afirmou.
Em sua homenagem a Nefi Cordeiro, o defensor público Pedro Carriello, do Rio de Janeiro, falando pelas Defensorias estaduais, citou alguns votos do ministro, com destaque para o que tratou da possibilidade de absolvição por clemência no tribunal do júri.